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Período de defeso na Lagoa de Araruama teve inicío neste fim de semana

O período anual de defeso já está em vigor desde o último domingo (1). Para dar início a esses três meses nos quais a pesca fica proibida na Lagoa de Araruama, autoridades de toda Região dos Lagos se reuniram em Iguaba Grande no sábado (31/07).

O defeso tem como finalidade proteger espécies no período de reprodução e crescimento, garantindo assim a integridade dos estoques pesqueiros e evitando a extinção de alguns exemplares. Portanto, entre os dias 1º de agosto e 31 de outubro a pesca fica proibida no maior complexo lagunar de água salgada do mundo.

De acordo com o secretário de Agricultura, Abastecimento e Pesca de Iguaba Grande, Vagnei Lessa, graças ao defeso, a produtividade até o momento que precede à fiscalização aumentou em cerca de 40% se comparada ao mesmo período no ano passado. “Estamos tendo um 2021 atípico em termos de produção de peixe. Só no mês de fevereiro, por exemplo, nossos pescadores contabilizaram 12 toneladas de perumbeba. Isso é fruto do trabalho dos municípios e do Consórcio Lagos São João durante todos esses anos” – explicou.

A fiscalização no período do defeso fica sob responsabilidade das Polícias Militar e Ambiental Marítimo Fluvial, além de receber apoio da Guarda Ambiental. O secretário de Meio Ambiente, Vinícius Lavalle, explica que a participação da guarda é uma parceria entre os municípios ao redor laguna. “Nossa secretaria vai atuar no defeso fiscalizando não só o trecho que pertence ao nosso município, mas apoiando todas as cidades ao redor da laguna. Afinal, para que a ação dê certo, é necessária colaboração entre todos os municípios.” – ressalta o secretário.

Este já é o 9º defeso na Lagoa de Araruama, que em 2013 foi instituído pelo Governo Federal . Durante a pausa de 90 dias os pescadores artesanais cadastrados no INSS, amparados pela Lei Federal nº 10.779, recebem o Seguro Defeso no valor de um salário mínimo (R$ 1.045,00).

O presidente de uma das colônias de pescadores de Iguaba, Cícero Vanderley, afirma que a pausa, além de beneficiar o meio ambiente, também amplia o trabalho pesqueiro. “Para nós pescadores é muito importante. Nesses 9 anos nos quais a lei está em vigor, vamos observando a melhora constante devido a paralisação dos 90 dias. Esse ano o pescado melhorou não só em qualidade, mas também no tamanho dos peixes e na quantidade pescada, o que para nós é uma conquista” – opina Cícero.

Para o Coordenador Operacional do Defeso, Paulo Arruda, a luta de anos do Consórcio Lagos São João e das prefeituras da Região dos Lagos está sendo recompensada. “Essa conquista veio após anos de estudos sobre como preservar as espécies. Podemos citar a tainha, que é um exemplar que sai da área da laguna para reproduzir, mas outras tantas espécies procriam aqui mesmo. Por isso a paralisação de três meses na atividade pesqueira ajuda tanto na preservação e manutenção do crescimento dos peixes, permitindo assim que a natureza siga um ciclo mais ideal o possível.” – completa.

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