A Cidade do Idoso, tornou-se um lugar marcado pela alegria e transformação de vida. Atualmente o local garante em torno de 20 atividades voltadas para pessoa idosa, garantindo a inclusão nesta fase da vida.
Dados coletados em 2022 constam que o Estado do Rio de Janeiro chama atenção com uma das menores taxas de analfabetismo do país, com aproximadamente 96,72% da população alfabetizada. Apesar de o país ter tido uma queda na taxa de analfabetismo em todas as faixas etárias, pessoas com 65 anos ou mais ainda são as que menos sabem ler e escrever.
A secretaria da Pessoa Idosa e Envelhecimento Saudável identificou a presença de idosos com dificuldades educacionais, sendo elas na leitura e escrita ou até mesmo equações matemáticas básicas. Pensando nisso, em parceria com a secretaria de Educação, uma professora de letramento foi disponibilizada para dar aulas semanalmente no local. As aulas tiveram início no mês de julho e já contam com 15 alunos, o objetivo das aulas é desenvolver habilidades a serem utilizadas para ler e escrever no contexto das práticas sociais, e não somente realizar a leitura e a escrita de palavras. O letramento é um processo que permite a inserção do indivíduo na sociedade, permitindo que ele use as informações obtidas a seu favor.
A professora, Kelly Oliveira, contou sobre a necessidade de ampliarmos o processo de letramento para pessoas idosas e como cada necessidade é diferente, sendo assim as aulas são adaptadas para cada um. “O letramento na terceira idade é uma ferramenta poderosa de inclusão social e promoção da autonomia e investir em programas como este, é investir em uma sociedade mais justa e igualitária”, disse a professora.
Dona Deuzileia Silva, de 68 anos, já sabia ler e escrever, mas sentia muita dificuldade na interpretação textual e viu nas aulas uma oportunidade de ampliar seus conhecimentos. Já a Maria Aparecida Honorato é cozinheira e interrompeu os estudos na 4ª série, sendo assim sempre teve muita dificuldade com frações e hoje aos 79 anos, teve a oportunidade de aprender. “Assim que comecei as aulas expliquei para professora que meu desejo é aprender a interpretar frases, quero poder ler a bíblia e não só recitar os versículos, mas poder explicar para as pessoas o que está escrito.” Disse Deuzileia.
O aprendizado não para por aí! Recentemente a secretaria da Pessoa Idosa incluiu aulas de inglês entre as modalidades disponíveis.
Ao contrário do que alguns pensam, o plano de muitos inscritos é poder viajar e conhecer outros países. O pensamento de que é tarde demais para algo, aqui não é válido! Além disso, muitos possuem filhos ou até mesmo netos que já estiveram ou moram em outros países, e dominar a língua inglesa abrirá portas para novas oportunidades.
Cláudio Tozato Magalhães tem filhos que moram no exterior e apesar de já conhecer o idioma adorou a oportunidade de expandir seus conhecimentos. “ Tudo que você puder aprender é mérito. Eu acho sensacional essa parte de inglês e se tivessem outras também seria excelente!” declarou o aluno.
A nova modalidade teve início no mês de junho, e surpreendeu a todos pela grande procura. Inicialmente o quadro de horários garantia apenas um encontro semanal, e atualmente já são 4 tempos de aula, duas vezes por semana.
A turma que hoje chega a aproximadamente 20 alunos, têm trabalhado ensinamentos gramaticais, mas principalmente a conversação, garantindo que os ensinamentos sejam passados de forma mais fácil e permitam que todos saiam aptos a utilizarem o novo conhecimento em seu dia a dia.
“Eu estou aprendendo mais sobre os verbos com a professora Kelly, na oficina de letramento, mas agora eu também sei os “verbos to be”. As aulas de inglês tem sido uma motivação pra mim.” Afirmou, Maria Aparecida Honorato.
O professor, Jorge Campos, atuou na rede educacional por 29 anos, ministrando aulas de inglês tanto em cursos como escolas. Hoje, já aposentado, trabalha como guia turístico de viagens para os Estados Unidos, mas isso não o impediu de continuar compartilhando conhecimento.
“Na minha visão as aulas têm sido muito importantes para ocupar o tempo e permitir que eles aprendam uma língua nova. Hoje o inglês está em quase tudo e às vezes a pessoa idosa para um pouco e fica estagnada. Por isso é importante continuar o desenvolvimento de novas habilidades.” Declarou, o professor.
A secretaria da Pessoa Idosa e Envelhecimento busca a inclusão dos idosos na sociedade, sempre almejando uma melhor qualidade de vida. De acordo com a secretária, Cristiane Rito, o objetivo é continuar incentivando eles a não pararem, manterem sempre a mente em constante desenvolvimento.
“No envelhecimento é normal que tenhamos perdas, mas a capacidade de aprender nós não perdemos. Por isso é tão importante que o investimento na educação e inclusão para pessoa idosa não acabe. Disse a secretária.