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A diversidade natural da princesinha da Região dos Lagos

Iguaba Grande possui uma rica biodiversidade de fauna e flora e se consagra como uma grande preservadora do meio ambiente

Iguaba Grande é conhecida popularmente como a “princesinha” da Região dos Lagos. Localizada à margem da Laguna de Araruama, a cidade é marcada pela mistura entre belíssimas praias e grandes áreas rurais, possui um clima quente, proporcionando dias de sol em todas as estações do ano. 

Embora tenha crescido geograficamente e atualmente tenha uma população com mais de 28 mil moradores, diversas áreas continuam intocadas, garantindo uma fauna e flora únicas, com animais e plantas nativos de diversas regiões. A cidade possui duas praias em áreas preservadas, a Ponta da Farinha e a Praia das Andorinhas, além de contar com sete Áreas de Preservação Ambiental (APA).

“A natureza apresenta uma incrível capacidade de trabalho e de funções para a manutenção da vida e de seus processos, por isso temos a responsabilidade social e ambiental com a preservação da fauna e flora contidas na nossa querida Iguaba Grande.O resultado deste trabalho é o aumento no ICMS Ecológico, que oferece aos municípios que mais investem em conservação ambiental um aumento no repasse do imposto, sendo um incentivo ainda maior para avanços no meio ambiente da nossa cidade.” Disse o secretário de Meio Ambiente, Vinícius Lavalle.

Fauna 

Iguaba Grande possui uma rica biodiversidade de fauna da Mata Atlântica, onde é possível encontrar animais que estão em risco de extinção. Para melhor estudar a fauna local, o espaço conhecido como “Morro do Governo”, recebe o Núcleo Experimental de Iguaba Grande, criado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), que descobriu espécies únicas, como a “Tantilla sp.”, serpente que foi coletada e enviada para o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Outras espécies também foram registradas.

Outros espaços de preservação já registraram espécies raras, como o Horto Municipal, conhecido também como Parque Natural Alípio Villanova Nascimento, que conta com 186 mil metros quadrados de Mata Atlântica. Nele foi localizada uma espécie endêmica do Rio de Janeiro, a borboleta da praia (Parides ascanius), uma espécie das áreas litorâneas que está em risco de extinção,  além do avistamento frequente da belíssima borboleta-verde (Siproeta sp.). As borboletas não são as únicas a frequentarem o local, o furão (Galictis sp), já foi encontrado atravessando a via-lagos próximo ao parque. 


É importante ressaltar que espécies nativas da Mata Atlântica e de outras regiões podem ser avistadas em Iguaba Grande, como: cágado amarelo (Acanthochelys radiolata),  cobra d’água (Erythrolamprus miliaris),  cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), o sagui-de-tufo-preto (Callithrix penicillata), o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) e outros. 

Podemos citar também espécies endêmicas da Região dos Lagos, dando destaque ao formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis) que pode ser observado na Área de Preservação Ambiental (APA) do Governo. Atualmente, mais de 200 espécies de aves podem ser encontradas em diversas áreas de preservação, como a APA do Governo,  o Parque Municipal de Iguaba Grande, a APA das Andorinhas, a APA dos Canellas e a Orla da Lagoa de Araruama, nosso ecossistema lagunar. 

A Lagoa de Araruama, como é popularmente conhecida, é um importante criadouro do camarão-rosa (Penaeus brasiliensis e Penaeus paulensis), que desova no mar e têm suas larvas trazidas pelas marés para a laguna pelo Canal do Itajuru. Os peixes da Lagoa de Araruama têm sido estudados e já foram identificadas cerca de 39 espécies. Os destaques são a carapeba, a perumbeba e a tainha.

“Iguaba Grande é um grande mosaico de ecossistemas em que alguns animais conseguem encontrar refúgio. Esse mosaico consiste em áreas de restinga, córregos, áreas de campo e pantanosas e muito mais. Esses lugares atraem muita riqueza de espécies e a cidade ainda tem muito a ser pesquisada em sua fauna.” Disse a bióloga e pesquisadora local, Elizabeth Franco.

Flora 

A biodiversidade de Iguaba Grande se estende através da vegetação, que contém belíssimas espécies locais e até mesmo plantas vindas da Mata Atlântica. Enaltecendo a natureza local, a cidade conta com diversas trilhas com cenário deslumbrante.

É importante ressaltar que a Mata Atlântica é um bioma, que está fragmentado, dividido entre diversas cidades. As unidades de conservação municipais têm a capacidade de proteger essas áreas, sendo fundamental para proteção de feições e ecossistemas.

O  Parque Natural Alípio Villanova Nascimento,  abriga o Horto Municipal que ocupa uma área preservada de cerca de 186 mil metros quadrados de Mata Atlântica, com aproximadamente 200 espécies de plantas nativas, que são distribuídas, de forma gratuita, através de mudas e sementes. 

 

 

 

 

 

 

 

O local se tornou um santuário ecológico, que abriga diversas espécies de plantas da flora Iguabense. Através da coordenadora do Parque, Daisy Pessanha, é realizado o mapeamento e monitoramento da vegetação local, localizando a floração das plantas matrizes, para que seja realizada a coleta de sementes e mudas. O intuito é que a cidade possua um plantel de doação e caso necessário realize a cobertura vegetal, preservando as plantas nativas em Iguaba Grande. Além das coletas, o Horto também recebe doações de plantas de todos os tipos, vindas dos moradores.

O Parque não é o único local que guarda espécies únicas, outros espaços já registraram plantas importantes como o pé de “Sopotó”, endêmica de Iguaba Grande, que chegou a dar nome a um bairro da cidade. Atualmente a planta está ameaçada, tendo apenas um exemplar plantado. 

Ressaltando que a cidade possui ao total 1.596,19 hectares de área protegida, chegando a 31,27% da cidade. Nas áreas protegidas podemos citar diversas espécies que chamam atenção, como o Ipê-amarelo, localizado na APA dos Canellas e também na APA do morro do governo, com mais de 70 exemplares. Além desta espécie, podemos citar a Sibiruna (Caesalpinia pluviosa), árvore nativa da Mata Atlântica, que pode ser achada na APA do Peró, e o Angico (Anadenanthera macrocarpa), encontrado em várias regiões, inclusive a Mata Atlântica, que pode ser avistado na APA das Andorinhas. 

“Iguaba é uma cidade rica, com um solo tão variado que contém minerais que nem  mesmo nas cidades próximas podemos encontrar. Por isso, podemos avistar diferentes espécies de plantas espalhadas pelas nossas áreas de preservação.” Explicou a coordenadora do Parque Natural Alípio Villanova Nascimento, Daisy Pessanha.

Ainda nas áreas de preservação outras espécies são facilmente avistadas como a nativa Bacupari (Garcinia brasiliensis), Araçá do Mato (Psidium cattleyanum), Gabiroba (Campomanesia xanthocarpa), com incidência nos biomas do Cerrado e na Mata Atlântica e diversas outras espécies.

 

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